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Tarmaquestão
Республика Тармакстан
Bandeira do Tarmaquestão
Mapa do Tarmaquestão
Localização do Tarmaquestão na Ásia Central
Gentílico tarmaque
Capital Plosyv
Maior Cidade Khaznadar
Língua Oficial Russo e tarmaque
Governo:

- Presidente

República presidencialista

Arkady Yağmur Barışov

Independência

- Declarada

da União Soviética

29 de dezembro de 1991

Fuso Horário GMT + 5
Área Total 6.677,34 km²
População (2017) 351.137 hab.
Moeda Qadlekh tarmaque
Código (País) TAR

A República do Tarmaquestão é um país localizado na Ásia Central, entre o Uzbequistão e o Cazaquistão, com uma pequena faixa de fronteira ao sul com o Turcomenistão. A região é árida e inóspita, sem saída para o oceano, tornando o Tarmaquestão um dos países mais geograficamente isolados do planeta.

O Tarmaquestão é habitado desde a Antiguidade por povos nômades, principalmente os tarmaques (de origem turca) e os trazquizes (de origem mesopotâmica). Provavelmente, os tarmaques foram os primeiros a se estabelecer na região central do atual país, que possui boa parte das escassas terras agricultáveis do Tarmaquestão. Os trazquizes vieram do sul, originários da Mesopotâmia, e introduziram a escrita e elementos culturais sumérios. A fusão entre os dois grupos forjou a identidade das primeiras nações tarmaques. A religião era o principal ponto de união entre os nômades. O culto era politeísta, com Tahinci, o boi celestial, como figura principal. Acredita-se que esta crença derive da mitologia mesopotâmica, que descrevia um boi vindo dos céus no poema épico Gilgamesh. O boi adornado com estrelas e corpos celestes tornou-se símbolo do Tarmaquestão e estampa a bandeira nacional. 

Devido ao intenso isolamento, os reinos tarmaques despertaram pouca cobiça de invasores estrangeiros. O domínio persa foi o mais marcante na história antiga do Tarmaquestão. Traços linguísticos persas foram assimilados ao idioma tarmaque, bem como aspectos culturais. A queda do império persa, no entanto, significou uma nova etapa de separação entre os habitantes das estepes tarmaques do resto do mundo, que só seria quebrada séculos depois com a conquista islâmica. Os muçulmanos chegaram ao Tarmaquestão por volta do século VIII d.C., estabelecendo entrepostos comerciais nas rotas da seda e injetando um ânimo nunca antes visto na rarefeita economia local.

A chegada do islamismo provocou fortes mudanças no modo de vida tarmaque. Grande parte da população local foi convertida ao Islã e antigos vilarejos fortificados se tornaram cidades de fato, como Trazkhiz e Khaznadar. Entretanto, a maioria do povo ainda vivia no campo, com hábitos nômades. O contraste entre o efervescente comércio em Khaznadar e a vida abnegada nas estepes era evidente. O quadro só mudaria de novo com a invasão das hordas mongóis a partir dos anos 1200. Khaznadar foi saqueada e sua população, dizimada. Os tarmaques mais uma vez se viram obrigados a buscar abrigo em locais mais ermos. Novamente, o povo tarmaque adquiriu um aspecto predominantemente nômade. Os mongóis se misturaram aos habitantes locais. 

A morte de Gengis Khan e a divisão do império mongol deram aos tarmaques a oportunidade de se libertar. Grupos se organizavam em milícias rurais e praticavam táticas primitivas de guerrilha contra os mongóis. Por volta de 1400, o Tarmaquestão havia conseguido expulsar os invasores e até mesmo formar um pequeno reino, o Canato do Tarmaquestão, com alguma coesão política. O poder estava nas mãos da dinastia Varnava, o clã responsável por organizar o exército tarmaque na reconquista. Os Varnava passaram a exigir tributos da população rural e buscaram a reconstrução de Khaznadar, sem obter o mesmo sucesso experimentado antes da invasão mongol.

A autonomia dos tarmaques durou até o século XVI, época da chegada dos russos ao norte do Tarmaquestão. Gradualmente, a dinastia Varnava tornou-se vassala do Império Russo, do qual dependia para manter o controle sobre a instável região sul do país. Camponeses de origem trazquiz promoveram rebeliões e incitaram camadas mais baixas da população tarmaque nas áreas centrais a fazer o mesmo. Cada vez mais isolados em Khaznadar, os Varnava recorreram a uma aliança com os russos para esmagar os levantes. Em troca, os russos passaram a exercer uma influência cada vez maior na vida econômica do Tarmaquestão e ganharam até mesmo o direito de se estabelecer definitivamente no norte, fundando a cidade de Plosyv. 

Em 1842, o khan Varnava XXII entrou em um impasse com os russos pelo controle da região de Sienar, entre Khaznadar e Plosyv, a principal concentração de terras cultiváveis no Tarmaquestão. Os russos demandavam um tributo cada vez maior, desagradando o chefe local. Varnava procurou os rebeldes trazquizes no sul para obter apoio, sem sucesso. Os russos tinham um pretexto para derrubar a dinastia Varnava e o fizeram em uma invasão rápida a Khaznadar, que culminou com a morte do último representante do clã. O Tarmaquestão tornou-se parte do Império Russo. Instituições feudais foram introduzidas, embora não se pudesse caracterizar o modo de produção no país como inteiramente feudal. A capital foi transferida para Plosyv e uma longa guerra civil contra os trazquizes no sul começou.

A Revolução Russa em 1917 trouxe novas mudanças. O Tarmaquestão tornou-se uma república, parte da União Soviética e o socialismo foi introduzido. O general Yevgraf Zhivago foi apontado como governante regional pelo Partido Comunista. O país já encontrava-se praticamente russificado. O idioma russo era predominante, embora o tarmaque ainda fosse ouvido com frequência. Em 1936, no contexto da coletivização agrícola, Zhivago foi o responsável por estabelecer o sovkhoz de Sienar, uma imensa fazenda coletiva no centro do país. Assim como em outras áreas da URSS, a coletivização gerou choques entre camponeses (principalmente kulaks que possuíam mais terras) e o poder central. Entretanto, o processo foi menos traumático no Tarmaquestão devido à rarefeita estrutura fundiária, que não carregava o legado de séculos de servidão e ainda tinha aspectos nomádicos. A política stalinista de mecanização da agricultura aumentou a produtividade do campo na república tarmaque. Foi um período de relativa paz no Tarmaquestão, isolado da Primeira Guerra Mundial e da Grande Depressão. No final da década de 30, Stalin iniciou o expurgo sistemático dos opositores trazquizes na região. Muitos foram mortos ou encarcerados. Durante a Segunda Guerra Mundial, algumas indústrias da porção europeia da URSS foram transferidas para Plosyv, fugindo do teatro principal do conflito. Assim como na Primeira Guerra, o envolvimento do Tarmaquestão foi bastante limitado. Além disso, opositores do regime na Europa chegaram a ser enviados para o Tarmaquestão como medida para isolá-los.

A morte de Stalin significou o retorno de centenas de prisioneiros políticos ao Tarmaquestão. O "degelo" de Nikita Khruschev, que promoveu uma descentralização do poder na URSS, ajudou a reverter alguns efeitos do processo de russificação do país. Os tarmaques passaram a ter alguma influência no governo local e voltaram a se afirmar como povo, agora conciliados novamente com a minoria trazquiz. O general Zhivago, já em idade avançada, ampliou a estrutura agrícola e reteve parte do parque industrial ao redor de Plosyv. O funeral de Zhivago em 1957 foi um grande evento público e hoje ele é reconhecido como um herói nacional por seus esforços na conciliação das nações tarmaque e trazquiz com os russos. Nas décadas seguintes, o Tarmaquestão serviu como produtor de grãos, notadamente o trigo, e fornecedor de matéria-prima têxtil, como lã de carneiro. Toda essa produção se concentrava na área entre Khaznadar e Sienar. O restante do país permaneceu esparsamente povoado, principalmente o sul, regiões onde a agricultura de subsistência persiste com traços de nomadismo.

A liberalização promovida por Mikhail Gorbachev no fim dos anos 80 reforçou a prática islâmica no Tarmaquestão, em declínio durante o período soviético, e foi mais um passo em direção a uma reorganização dos tarmaques como nação. O colapso da URSS em 1991 provocou tribulações políticas na república tarmaque entre grupos que tentaram subir ao poder nos meses antes da independência. A divisão política entre o norte russo e a maioria tarmaque ficou clara e havia ameaça de guerra civil. A tensão foi aplacada pela chegada de tropas russas em novembro de 1991, consolidando a posição do governo de Plosyv sobre o restante do país. Em dezembro, a independência foi oficializada e um novo governo foi formado.

O presidente Baraz Fyodorov permaneceu do cargo, apoiado política e militarmente pela elite de origem russa. Seu governo foi de forte crise econômica e instabilidade política, culminando com episódios de conflito armado entre o exército e rebeldes no sul. Surgiu um movimento separatista de cunho ultranacionalista em Trazkhiz, denominado Auroque Celeste, que até hoje busca independência. A pressão internacional vinda do Ocidente e a retirada de parte do apoio russo durante o governo Yeltsin levaram a eleições em 1998, nas quais Fyodorov foi derrotado pelo nacionalista Mirza Pasternak. Embora o desempenho na economia continuasse cambaleante, Pasternak conseguiu apaziguar os rebeldes do Auroque Celeste e aumentar a participação dos tarmaques no poder legislativo.

Reeleito em 2003, Pasternak teve um segundo mandato muito mais difícil depois que Vladimir Putin assumiu o poder na Rússia. A política putinista voltou a aumentar a intervenção russa no Tarmaquestão, e Pasternak sofreu com boicotes da elite ligada a Moscou em Plosyv enquanto a tensão voltava a aumentar no sul. As eleições marcadas para 2008 não chegaram a acontecer. Pasternak foi mantido no cargo até o final de seu mandato, mas 26 dias antes das eleições ocorreu o golpe militar em Plosyv. O presidente foi mantido como prisioneiro e forçado a agir como fantoche da junta militar até o fim legal do mandato. Em 10 de dezembro, a junta militar tomou o poder no Tarmaquestão e Pasternak buscou asilo político na Verstíngia. O governo militar, liderado pelo marechal Pyotr Kozlov, sustentou-se no poder até maio de 2011, em meio a um breve conflito armado contra os rebeldes de Trazkhiz. Temendo a explosão de uma guerra civil generalizada e a consequente pressão internacional, a Rússia retirou o suporte militar ao governo preemptivamente, buscando ao máximo preservar sua influência em um novo processo eleitoral. Em setembro, foram organizadas novas eleições e o candidato Arkady Yağmur Barisov, da ala mais moderada do Partido Nacionalista, foi eleito. Barisov tinha apoio velado da Rússia entre os nacionalistas tarmaques, ao mesmo tempo que contou com o suporte da maioria da população da região de Khaznadar, mais flexível quanto aos assuntos políticos do que os tarmaques do sul. 

Atualmente, o Tarmaquestão ainda vive graves problemas econômicos e o nacionalismo brando de Barisov provoca controvérsias por sua subserviência a Moscou. O Auroque Celeste segue agindo de maneira incipiente nos arredores de Trazkhiz. Na porção central, a população segue praticando uma agricultura de subsistência com técnicas antiquadas. A produção de grãos em Khaznadar e Sienar é o principal eixo da economia primário-exportadora do Tarmaquestão. No extremo norte, a indústria em Plosyv é o único pólo econômico que foge ao primeiro setor, mas é limitada a atividades da Primeira e Segunda Revoluções Industriais, como indústria têxtil e alguns bens de capital. Enquanto Plosyv tem bons índices de qualidade de vida e sua elite vive razoável prosperidade econômica, no resto do Tarmaquestão predomina o analfabetismo e a pobreza, acentuando o contraste e as tensões internas no país.

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